sábado, 19 de novembro de 2011

"Essas pessoas da sala de jantar..."

Penso que, a dificuldade de relacionamento entre as pessoas reside no fato de já estarem formatadas, terem suas ideias preconcebidas a respeito de tudo, seus valores, suas manias, um jeito só delas de lidar com o mundo. Quando tudo isso bate de frente com o diferente, só tendo muita paciência e vontade (de verdade) pra resolver os impasses... e daí tu fica pensando se vale a pena "gastar teu latim". Mas o tempo é muito curto pra decidir, então tu te arrisca, e, acredita que o outro também vai se dispor... na maioria das vezes, enfim, tu descobre: que ilusão!!! Ninguém quer ser contrariado. Todo mundo quer estar certo. Mesmo que não tenha argumentos válidos para demonstrar. É mais fácil sentenciar algo, acusar o outro, do que pensar: "será mesmo?" E assim, as coisas se "resolvem" no bate-boca ou na desistência e "o resto é silêncio..."

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Efeito Colateral

Estranha essa sensação de não sentir nada...
É como se não passasse de mais uma necessidade cotidiana, como comer e dormir...
Faz parte do roteiro. Apenas isso. 
Mas e o resto?! Cadê?!
Na real, não tem resto! A gente é que "inventa moda"... que fica procurando um sentido em tudo o que acontece... e tudo é tão simples, tão prático, tão sem graça. Tão... preto no branco.







terça-feira, 8 de novembro de 2011

Cúmplice

O meu desejo de te esquecer é culpa tua. 
O fato de eu não conseguir, também é.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

"Então, relaxa e goza".


Há dois meses mais ou menos, uma rádio FM (aqui de Porto Alegre) fez uma ação de marketing - um viral informando a todos os seus fãs e seguidores nas redes sociais que mudaria sua identidade, ficando igual às demais rádios, pois ser diferente não estava trazendo um bom retorno financeiro. A brincadeira durou uns quatro dias deixando todo mundo alvoroçado, a ponto de alguns fãs mais radicais já estarem se organizando pra subir o morro e quebrar tudo. 
Pra tornar a coisa mais real, mais dramática, os locutores encenaram indignação ao vivo, fizeram suspense e tudo o mais. E como se não bastasse, no dia marcado para a mudança, a rádio preparou um playlist com algumas músicas bregas e outras mais atuais, enfim, o repertório variava entre o sertanejo universitário, axé, pagode, até Angélica rolou, repetindo  o mesmo bloco durante quase vinte e quatros horas. Foi então que a coisa começou a ficar estranha; algumas pessoas passaram a desconfiar que "algo não estava batendo", outras incrédulas - "Pô, isso não pode estar acontecendo"- até que os ovelhas negras resolveram contar a verdade: nada iria mudar.
Toda essa confusão chamou atenção de muita gente, inclusive de quem nem conhecia a rádio, e teve uma galera que se sentiu traída, prometendo até deixar de ouvir esses "marketeiros". Bueno, era aqui que eu queria chegar. Não vou discutir se o pessoal teve ou não razão em se magoar, em se enfurecer. A questão é outra. Hipocrisia.

As pessoas chamaram os caras de marketeiros porque fizeram uma ação de marketing que, em determinado momento, elas puderam se dar conta.
Mas não se tocaram que escolheram a rádio justamente em função dos marketeiros.
Os marketeiros filhos da puta que todo mundo "xingou muito no Twitter" e no blog da própria rádio, são os caras que identificaram esse nicho, do rock, dos alternativos, que perceberam que não havia outra rádio à altura, que todas eram iguais e que havia um público (alvo) para esta preferência. Gente que se identifica com isso...
Isso é fazer marketing, queridos: se preocupar com os gostos de vocês e oferecer os produtos com os quais vocês vão se identificar. E, claro, obter lucro como resultado. Uma troca.
Desde o advento da Revolução Industrial, "só se fala em outra coisa!" (rs rs rs)

Não há como fugir! Vá viver no meio do mato, e mesmo assim, quando faltar comida, vai precisar de grana pra comprar algo, talvez terá que pedir dinheiro, e vai ter que convencer o outro a te dar.
E pra fazer isso, vai ter que ser estratégico, mesmo que seja medíocre. Vai escolher o teu público pela aparência, por deduzir que aquela criatura ali vai se compadecer de ti, vai analisar em quem chegar, com quem vai obter mais sucesso. Vai ter que vender "teu produto" que é a tua pobreza, a piedade dos outros. Vai ser marketeiro?
E ainda, se conseguir algum dinheiro, quando for comprar algo, com certeza vai ser de tua preferência, talvez mais barato, e é claro, quem está por trás disso? Os "malditos" marketeiros, que tu tanto odeia. Pois eles pensaram em fazer um produto igual aos outros, porém com um valor mais acessível, fazendo a diferenciação no preço, pra que pessoas de baixa renda o comprem. Esse será o público alvo deles. E neste caso, tu estaria incluído.
Tem mais! Se tu morrer, teus amigos ou parentes terão de comprar um caixão e dar um jeito de te colocar num cemitério qualquer; pra isso, alguém pensou antes. Se não existissem os MARKETEIROS, que tu tanto odeia, literalmente tu não teria onde cair morto.
Até pra fazer caridade a gente tem que ser marketeiro. Até pra pedir.
E então vêm vocês querendo ser rebeldes, achando que estão fazendo grande coisa,  que estão ofendendo de marketeiros os caras que criaram a tal rádio pensando (pasmem!) em vocês.

Graças a mim, graças a vocês, lojas, festas, shows, e outros milhares de produtos da nossa preferência, são anunciados nesta rádio que nós tanto gostamos.
Isso vocês não consideram enganação?!

"Rádio livre"? Pois é, acho que não, né?! No mínimo uma das rádios diferentes da maioria. E nisso vocês são iguais a todo mundo. Reforço, não há como fugir. Estamos mergulhados no capitalismo e somos sim, todos marketeiros. Sem exceção.