segunda-feira, 18 de junho de 2012

A tristeza é cinza. O dia também.

"O inferno são os outros."
(Sartre)

Volta e meia eu dizia que tinha que viver sozinha.
No auge do desespero e da autopiedade chegava a me intitular como um monstro, um bicho que tinha mais é que viver no mato, longe de tudo e de todos, assim, sofreria menos e não faria ninguém sofrer.
Em dias assim, a solidão vem a calhar. A solidão é boa. Na verdade, gosto de estar comigo.
Em dias assim, não tenho vontade de ver, nem de ouvir, nem de falar com ninguém.
Tudo o que penso é: "Não me amolem!"
Não quero pena, nem cumplicidade.
Só o que ainda suporto são meus pensamentos...
Em dias assim, eles borbulham e, talvez seja por isso que não quero contato humano.
Em dias assim, eu desisti das pessoas.
Essa inquietude também me cansa, enfim... chega um momento em que a vontade é de sair porta a fora, como se caminhar sem rumo fosse me trazer de volta pra vida, apesar de que, em dias assim, não quero voltar.
Em dias assim, não existo.