domingo, 11 de dezembro de 2011

Eu te ajudo

Bueno, gente amiga!
Meu níver tá chegando, e para evitar correria na hora de escolher meu presente, te antecipa, aproveita o décimo, e dá uma conferida nas minhas dicas... hauhauahauh...
OBS: Presentes são sempre bem-vindos, não precisa esperar meu aniversário, natal, etc., pra praticar essa "boa ação", tá?! 

Eis aqui minha listinha:
(Livros podem ser comprados em Sebos).

  • Livro Memórias de John Lennon - Editado e apresentado por Yoko Ono - Editora Spring










  • Irmãos Karamazovi - Fiodór Dostoiévski - (2 vol) Editora 34


  • Tête-à-Tête - Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre - de Hazel Rowley. Editora Objetiva



  




E... nunca esquecendo que sou futura publicitária...


  • O Livro do Boni - Casa da Palavra 








  • Eterno - 1001 anúncios da Bombril - Washington Olivetto. Clio Editora
    (Meu artigo - Trabalho de Conclusão - será sobre uma das campanhas da Bombril.)  :)






  • O primeiro a gente nunca esquece - Washington Olivetto. Editora Planeta do Brasil





Também aceito qualquer livro destes escritores:

  • Hemingway
  • Sartre
  • Simone de Beauvoir
  • Virgínia Wolf
  • Bukovski
  • Carpinejar
  • Gabriel García Márquez
  • Nelson Rodrigues



Minha lista ainda não acabou...
Temos mais opções!!! hauahuahau...
Segue:

  • Jogo de Cama de Casal
  • Presentinhos do O Boticário me servem também, olha só:







Enfim, só não acha presente pra mim quem não quer!
Tive essa ideia porque sempre tenho dificuldade em encontrar algum presente que realmente tenha a ver com meus amigos. Por mais que a gente os conheça, na hora de escolher é sempre um dilema. Se quiser fazer o mesmo, eu aprovo! ehehehhe... 

  • Anota aí: 
Dia 30 de dezembro - Aníver da Mara. ;)

sábado, 19 de novembro de 2011

"Essas pessoas da sala de jantar..."

Penso que, a dificuldade de relacionamento entre as pessoas reside no fato de já estarem formatadas, terem suas ideias preconcebidas a respeito de tudo, seus valores, suas manias, um jeito só delas de lidar com o mundo. Quando tudo isso bate de frente com o diferente, só tendo muita paciência e vontade (de verdade) pra resolver os impasses... e daí tu fica pensando se vale a pena "gastar teu latim". Mas o tempo é muito curto pra decidir, então tu te arrisca, e, acredita que o outro também vai se dispor... na maioria das vezes, enfim, tu descobre: que ilusão!!! Ninguém quer ser contrariado. Todo mundo quer estar certo. Mesmo que não tenha argumentos válidos para demonstrar. É mais fácil sentenciar algo, acusar o outro, do que pensar: "será mesmo?" E assim, as coisas se "resolvem" no bate-boca ou na desistência e "o resto é silêncio..."

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Efeito Colateral

Estranha essa sensação de não sentir nada...
É como se não passasse de mais uma necessidade cotidiana, como comer e dormir...
Faz parte do roteiro. Apenas isso. 
Mas e o resto?! Cadê?!
Na real, não tem resto! A gente é que "inventa moda"... que fica procurando um sentido em tudo o que acontece... e tudo é tão simples, tão prático, tão sem graça. Tão... preto no branco.







terça-feira, 8 de novembro de 2011

Cúmplice

O meu desejo de te esquecer é culpa tua. 
O fato de eu não conseguir, também é.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

"Então, relaxa e goza".


Há dois meses mais ou menos, uma rádio FM (aqui de Porto Alegre) fez uma ação de marketing - um viral informando a todos os seus fãs e seguidores nas redes sociais que mudaria sua identidade, ficando igual às demais rádios, pois ser diferente não estava trazendo um bom retorno financeiro. A brincadeira durou uns quatro dias deixando todo mundo alvoroçado, a ponto de alguns fãs mais radicais já estarem se organizando pra subir o morro e quebrar tudo. 
Pra tornar a coisa mais real, mais dramática, os locutores encenaram indignação ao vivo, fizeram suspense e tudo o mais. E como se não bastasse, no dia marcado para a mudança, a rádio preparou um playlist com algumas músicas bregas e outras mais atuais, enfim, o repertório variava entre o sertanejo universitário, axé, pagode, até Angélica rolou, repetindo  o mesmo bloco durante quase vinte e quatros horas. Foi então que a coisa começou a ficar estranha; algumas pessoas passaram a desconfiar que "algo não estava batendo", outras incrédulas - "Pô, isso não pode estar acontecendo"- até que os ovelhas negras resolveram contar a verdade: nada iria mudar.
Toda essa confusão chamou atenção de muita gente, inclusive de quem nem conhecia a rádio, e teve uma galera que se sentiu traída, prometendo até deixar de ouvir esses "marketeiros". Bueno, era aqui que eu queria chegar. Não vou discutir se o pessoal teve ou não razão em se magoar, em se enfurecer. A questão é outra. Hipocrisia.

As pessoas chamaram os caras de marketeiros porque fizeram uma ação de marketing que, em determinado momento, elas puderam se dar conta.
Mas não se tocaram que escolheram a rádio justamente em função dos marketeiros.
Os marketeiros filhos da puta que todo mundo "xingou muito no Twitter" e no blog da própria rádio, são os caras que identificaram esse nicho, do rock, dos alternativos, que perceberam que não havia outra rádio à altura, que todas eram iguais e que havia um público (alvo) para esta preferência. Gente que se identifica com isso...
Isso é fazer marketing, queridos: se preocupar com os gostos de vocês e oferecer os produtos com os quais vocês vão se identificar. E, claro, obter lucro como resultado. Uma troca.
Desde o advento da Revolução Industrial, "só se fala em outra coisa!" (rs rs rs)

Não há como fugir! Vá viver no meio do mato, e mesmo assim, quando faltar comida, vai precisar de grana pra comprar algo, talvez terá que pedir dinheiro, e vai ter que convencer o outro a te dar.
E pra fazer isso, vai ter que ser estratégico, mesmo que seja medíocre. Vai escolher o teu público pela aparência, por deduzir que aquela criatura ali vai se compadecer de ti, vai analisar em quem chegar, com quem vai obter mais sucesso. Vai ter que vender "teu produto" que é a tua pobreza, a piedade dos outros. Vai ser marketeiro?
E ainda, se conseguir algum dinheiro, quando for comprar algo, com certeza vai ser de tua preferência, talvez mais barato, e é claro, quem está por trás disso? Os "malditos" marketeiros, que tu tanto odeia. Pois eles pensaram em fazer um produto igual aos outros, porém com um valor mais acessível, fazendo a diferenciação no preço, pra que pessoas de baixa renda o comprem. Esse será o público alvo deles. E neste caso, tu estaria incluído.
Tem mais! Se tu morrer, teus amigos ou parentes terão de comprar um caixão e dar um jeito de te colocar num cemitério qualquer; pra isso, alguém pensou antes. Se não existissem os MARKETEIROS, que tu tanto odeia, literalmente tu não teria onde cair morto.
Até pra fazer caridade a gente tem que ser marketeiro. Até pra pedir.
E então vêm vocês querendo ser rebeldes, achando que estão fazendo grande coisa,  que estão ofendendo de marketeiros os caras que criaram a tal rádio pensando (pasmem!) em vocês.

Graças a mim, graças a vocês, lojas, festas, shows, e outros milhares de produtos da nossa preferência, são anunciados nesta rádio que nós tanto gostamos.
Isso vocês não consideram enganação?!

"Rádio livre"? Pois é, acho que não, né?! No mínimo uma das rádios diferentes da maioria. E nisso vocês são iguais a todo mundo. Reforço, não há como fugir. Estamos mergulhados no capitalismo e somos sim, todos marketeiros. Sem exceção.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Não adianta...

Às vezes tenho a impressão de que, por mais que a gente tente explicar algo a algumas pessoas, elas não vão entender. Provavelmente por orgulho/resistência, talvez por suas experiências, cultura, conhecimento, e tudo o mais que as cercam. Daí bate um cansaço...
Vivemos/convivemos no mesmo tempo/espaço, mas cada um tem o seu mundo.

Eu achava que era fora de contexto, mas porque pensava que a maioria das pessoas era igual.
Na verdade não. Todo mundo apenas se parece. Tá todo mundo fora de contexto. Fora do meu contexto. Todo mundo fora do contexto de todo mundo.

Aldeia Global, que nada. As nossas conexões são capengas. Tem muita informação não processada, ou ainda, mal processada...
Para o mundo que eu quero descer.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Diferente ou Igual?

- Polos opostos se atraem?
- Sim. É o que tudo indica.
-Huuuumm... dizer que polos opostos se atraem é o mesmo que dizer que os diferentes se atraem?
- É. Opostos, diferentes, tudo a mesma coisa!
- Se os diferentes se atraem, por que eles não podem ficar juntos? Não há uma contradição "nisso daee"?!
- Verdade. Dizem que quando uma pessoa é muito diferente da outra, é complicado de manter uma relação - os dois se batem de frente o tempo todo. Mas, bater-se de frente me lembra os polos iguais. Esses sim, nunca conseguem encostar um no outro. "Dois bicudos não se beijam", diz aquela expressão popular. 
- Se polos opostos se atraem, mas não podem ficar juntos, e polos iguais se repelem, e também não podem ficar juntos, como fica?
- Não fica.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Louca por Homem

Antes de vir morar em Canoas, há mais ou menos um mês, eu aproveitava a viagem lendo no ônibus e no trem. Uma de minhas escritoras preferidas é a gaúcha Claudia Tajes. Queria dizer que essa mulher  me faz passar vergonha. Não pela capa do terceiro livro que acabei de ler - Louca Por Homem - o que, de alguma forma, acabava sendo engraçado pelo jeito como as pessoas me olhavam quando eu entrava no coletivo com a obra na mão. É, era engraçado, apesar do constrangimento que sentia, parecido com a sensação de ir ao cinema sozinha pela primeira vez, sabe como é??? Vou te contar: provavelmente as pessoas não estão nem aí pra ti, mas parece que todo mundo tá te olhando e pensando, "que triste, vir ao cinema sozinha numa tarde de sábado... no mínimo é alguma encalhada, solteirona... deve ser uma chata, não tem nem uma amiga pra acompanhar..." - coisas desse tipo são o que a gente pensa que os outros estão especulando a nosso respeito. Pois é... Quanto à capa do livro da Claudia, eu sentia que as pessoas me olhavam e pensavam: "meldéus! Que tipo de pornografia é essa?...guria desesperada, no mínimo... tarada, só pode...esse mundo tá perdido...é bem o tipinho dela..." Em cinco segundos tudo isso passava pela minha cabeça. Ainda assim, tinha tempo de pensar que alguém podia estar traçando meu perfil desde o momento em que nasci até ali... 
Exageros a parte, fato é que eu me matei de rir (sozinha), enquanto a galera do coletivo (ou do trem) me olhava, com as histórias de uma doente de amor. Não foi a primeira vez, pois o mesmo aconteceu quando li Dez quase amores; me diverti muito também com Dores, Amores e Assemelhados, com certeza não será a última, pois ainda tenho que ler Só as Mulheres e as Baratas Sobreviverão, As pernas de Úrsula, A Vida Sexual da Mulher Feia (outro que "me daria trabalho" no trem!to terminando Vida Dura, mas esse daí to lendo em casa!
Enfim, adoro o ritmo, a forma, o jeito, como a Claudia Tajes escreve. É como rir das próprias desgraças! Não que eu me identifique... Afinal, "qualquer semelhança é mera coincidência" (hihihihi), mas ela explora e brinca com as mais diversas situações, mostrando o lado cômico da vida.
Em Louca por homem, com muito bom humor ela conta a história de Graça que, parafraseando a sinopse do livro da L&PM, troca de personalidade como quem troca de roupa - depende do homem de seu momento.
Pra quem ficou curioso, dá uma lida na introdução aí (que me permiti transcrever). Depois vai lá e compra, porque eu "sou ruim de negócio" pra emprestar, viu?!


"EU ANTES DE MIM
ACHO QUE COMEÇOU NA SÉTIMA SÉRIE, quando me apaixonei por um canhoto e não tive descanso enquanto não escrevi perfeitamente com a mão esquerda - ingênua tentativa de criar uma ligação com o objeto do meu amor, ainda que para isso eu precisasse jogar treze anos de destreza no lixo. Ou então foi antes, lá pelos meus oito anos, no instante em que percebi que um vizinho mais velho só usava roupas vermelhas. Foi o que bastou para eu ter longas crises de choro cada vez que minha mãe me ameaçava com um vestidinho rosa, verde ou amarelo, e o que determinou o eletroencefalograma ao qual fui submetida naquela época. Mulher prática, minha mãe diagnosticou minhas lágrimas como problema neurológico, e não amor.
       Ainda dentro deste tema, se eu entendesse de psicoassuntos como minha amiga psicanalista, a Diana, poderia voltar aos meus cinco anos e ao exato momento em que ouvi meu pai dizer que carne boa era carne com  osso. Consideração que me fez passar os trinta anos seguintes compartilhando costelas gordas com ele - sem sequer olhar para um filé -, com o objetivo de reforçar os laços de afeto entre nós dois.
       Pequenas coisas que fizeram de mim a pessoa que sou hoje. Uma canhota que só veste vermelho, come chuleta todos os dias e pode ser outra amanhã."

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Desencontro

CAPÍTULO I - No Limiar
Então eles combinaram de ir ao cinema. Outros colegas já estavam a sua espera.
A caminho, trocavam mensagens. Eram apenas amigos, e assim continuaria sendo, até que ele resolveu dar o primeiro passo.
 "Desce no centro, vou te pegar. Senão vamos nos atrasar muito."

Surpresa ao ler aquela mensagem, invadida por uma espécie de contentamento, ela respondeu com um simples: "Tá. Ok!"

Enquanto o trem não chegava, seus pensamentos borbulhavam. Confusa e ansiosa, ela ficava ensaiando mentalmente o que iam conversar enquanto estivessem a sós. É que, quando estavam na presença de outras pessoas, era bem mais fácil ter desenvoltura, agir naturalmente; mas quando ficavam sozinhos um com o outro, o constrangimento tomava conta. É como se corressem o risco de descobrir algo um do outro só no olhar; havia um certo incômodo... Ninguém sabia e nem tentava explicar. Era mútuo, mas tanto um quanto outro apressava-se em disfarçar. Era medo que sentiam? Não se sabe...

Porém, agora os dois estariam de novo na presença um do outro, a sós, mas por opção - por uma questão de escolha.

Enfim, ela chega ao seu destino e quando desce na estação, lá estava ele a sua espera, mas havia alguém junto.
- Oi Mariana! Entra aí atrás.
Guto, que estava acompanhado por sua mãe, tratou de apresentá-la assim que Mariana entrou no carro.
- Essa aqui é a minha mãe Helena. Mãe, essa é a Mari.
As duas cumprimentaram-se, Mariana que estava sentada na parte de trás, não conseguiu disfarçar seu desapontamento com aquela situação. Ele notou, mas nada fez para mudar isso, até porque não sabia o motivo.
Mãe e filho foram conversando pelo caminho, enquanto Mariana se consolava tentando se convencer de que nada estava acontecendo mesmo entre eles dois. Ela estava sozinha nisso. Imaginava coisas demais, esperava demais. Ele era tão simples, não fazia parte do mundo dela, ele parecia nem se tocar, às vezes. Talvez não pudesse mesmo; afinal, se alguém estava fora da realidade, só podia ser ela. Decidida a parar de  "viajar" naquele pretenso romance, sublimou todos aqueles sentimentos que a perturbavam e conseguiu voltar ao normal.

CAPÍTULO II -  Variáveis Incontroláveis
Após ele ter enviado aquela mensagem, pensou: "agora já era! Não dá mais pra fazer de conta. Algo terá que ser dito."
Pegou o carro e saiu para buscá-la.
No meio da estrada, sua mãe liga e pede para que ele lhe dê uma carona do centro até o shopping. Contrariado, porém sem reclamar, ele busca sua mãe e vai esperar Mariana no lugar combinado. Pensa que talvez isso seja um sinal: "Não era pra acontecer" - fica chateado, mas aceita as coisas como elas se apresentam. Sempre pensa que tem um dedo de deus em tudo o que acontece em sua vida. Por isso, não se abala tanto. Confia.
Ele quase nunca se precipita. Deseja que as coisas aconteçam, mas não tem pressa: "Afinal, se é pra ser, vai ser!"

Mas, a ciência contraria a filosofia romântica dos sonhadores, apaixonados - quase poetas. Uma vez, eu ouvi falar que a paixão dura no máximo três anos (geralmente). Esse é o tempo suficiente para que as criaturas humanas se unam e cumpram seu papel no mundo: procriem e espalhem seus descendentes por aí. Perpetuem a espécie, enfim.
O macho, depois de realizada sua missão, precisa continuar aumentando sua prole e vai em busca de outras fêmeas aptas e compatíveis, dignas de auxiliá-lo nesta "dura" empreitada.
Claro, na prática não é bem assim, alguns casais continuam juntos por muito mais tempo, até porque existem outras coisas envolvidas, que só acontecem com a nossa espécie.
Mas, enfim como eu ia dizendo, a paixão dura em torno de três anos - se ela for correspondida.
Cientificamente falando, sem essa de "quem espera sempre alcança". E, apaixonados, sem essa de que "se é pra ser, vai ser".
Se os hormônios estão à flor da pele, a hora é agora. Quanto mais demora, mais "o corpo se convence" de que: "Não. Não é pra ser." Então, parte pra outra, porque a fila anda, meu bem.

Guto avista Mariana, acena para que ela venha ao seu encontro, primeiro sorridente, depois um pouco desconcertada.
- Oi Mariana! Entra aí atrás.
Ele notou que algo não havia ficado bem. Sentia-se um pouco culpado por não estar sozinho, mas não imaginou que isso pudesse afetar o humor de Mariana. Em sua pureza e ingenuidade, ele também às vezes pensava que estava sozinho nisso, afinal, ela tinha o dom de confundi-lo. Mudava de humor volta e meia. Hora estava muito próxima e disponível, hora distante e fria. Mas ele havia aprendido a lidar com isso de modo a conseguir manter a paz entre os dois. Nunca foi invasivo, tentava algumas brincadeiras para ver como ela reagia, mas não insistia muito. Cada um tem o seu tempo; Quem ama deixa ir; Tudo vai dar certo, eram frases que podiam definir um pouco de sua personalidade.

Seguiram em direção ao shopping, sua mãe não parava de contar histórias, os dois davam-se muito bem, era bonito de ver aquela relação, um cuidado, um afeto fora do comum.
Quando Helena despediu-se, Guto e Mariana entraram no estacionamento, num silêncio constrangedor. Para quebrar o gelo, Guto (sempre muito brincalhão) fez algumas palhaçadas. Enquanto desciam e caminhavam ao encontro dos amigos, falaram amenidades, compraram pipoca e foram assistir ao filme com o grupo.

CAPÍTULO III - Medo parte I
Sempre que ouço ou leio coisas por aí, gosto de reproduzi-las em determinadas situações, mas quase nunca sei dizer de onde elas saíram. As fontes que me desculpem, enfim.
Uma das coisas que li ou ouvi (não sei!) é que "não existe amor sem medo".
Uma frase como esta pode ser interpretada de várias maneiras, depende de quem a toma emprestada. Para esta história, me permito dizer que, se há medo é porque o amor "tá pintando na área!"
Geralmente, quando nos apaixonamos queremos mostrar o que temos de melhor, inicialmente. A parte ruim, deixamos para depois - quando já conquistamos mais intimidade e temos a (falsa) segurança de que não vamos mais perder o objeto do nosso amor.
Por medo de ser rejeitada, Mariana passou por muitas mudanças significativas de comportamento, tornando-se mais paciente e cuidadosa, menos passional. Não há como passar despercebida por isso, visto que ela e o amigo passaram a brigar menos, ou ainda, deixaram de brigar.
Mas ela não tem consciência deste medo - o de ser rejeitada. Acha que mudou simplesmente por necessidade, porque seu jeito de ser a prejudicava (o que não deixa de ser verdade).
Além disso, sente medo de colocar tudo a perder, de se precipitar, de estar confundindo amizade com amor. Medo de estar-se enganando.
Por isso, ela espera. Essa inércia, não deixa que as coisas aconteçam, nem para bem, nem para mal.
A incerteza de estar sendo correspondida faz com que ela simplesmente observe. De vez em quando, ela ameaça uma investida, mas logo se refaz e espera novamente.
Muitas vezes teve vontade de puxá-lo pelo braço, colocá-lo contra uma parede e dizer tudo que está acontecendo com ela, apesar de não saber definir exatamente o que é.
Ela apenas precisava que ele soubesse e enfim resolvesse essa agonia...

Nunca esperou que fosse recíproco, apenas queria falar. Assim saberia lidar melhor com isso. Mas, por que ela não tomou essa atitude ainda? Por que é tão difícil ser objetiva? Medo! Medo! Medo! 

"E se ele se assustar? E se ele se afastar? Não entender?! Não. Melhor deixar quieto. Tudo que eu podia fazer para ele notar, já fiz. Todos já sabem, todo mundo vê! Impossível ele não ter notado... até já falaram pra ele... Não. Se ele realmente quisesse, daria um jeito. Às vezes ele me ilude, parece sentir o mesmo, mas depois recua e me deixa sem chão..."

O medo transfere a responsabilidade para o outro. Assim, fica cômodo. Assim, continua-se no mesmo lugar seguro - onde nada acontece.

CAPÍTULO IV - Medo parte II
Guto, uma vez, por medo de ser feliz, abdicou de um relacionamento que tinha tudo pra dar certo. Ele acreditava que era jovem demais para tanta responsabilidade. Queria aproveitar a vida. Mas, seu conceito de viver era um pouco distorcido naquela época. Então ele resolveu que queria conhecer muitas outras meninas, outras possibilidades, sair, se divertir, curtir tudo que pudesse e se fosse pra ser, quem sabe um dia, eles voltariam e seriam felizes.
Enfim, isso não ocorreu e cada um seguiu seu caminho.
Aconteceu há bastante tempo, mas ainda hoje ele se lamenta e se culpa e, de vez em quando, imagina como teria sido sua vida se outra escolha tivesse feito.
Todo romântico, às vezes parece clichê, por isso apesar de tudo, ele sonha com o dia em que encontrará seu novo amor - "a mulher de sua vida". Seria perfeito se acontecesse de repente, algo que fosse arrebatador... isso o tornaria um homem completo porque afinal, ele encontrara sua outra metade.
Guto não é tão cego que não tenha percebido algo novo acontecendo. Não foi do jeito que ele havia planejado, mas não pôde deixar de notar. Além do mais, sempre há alguém dizendo pra ele se dar uma chance, olhar para os lados, não procurar tão longe. Ele sabe que essa amizade é especial. Mas todo cuidado é pouco. Os dois são muito diferentes, é uma situação muito delicada - vai que alguém se machuque?! E se... e se... e se...
O medo disfarçado de prudência faz com que ele aguarde, observe, reconheça o campo (muito provavelmente minado) onde está pisando.
E o tempo não para... Enquanto isso, Guto também espera.

CAPÍTULO V - No Cinema
Os colegas sempre arrumam um jeito de colocar os dois lado a lado nos bancos que escolhem. Apesar de não ser uma boa ideia (já que eles não param de falar um segundo), parece que o pessoal torce para que algo aconteça. Porém, não há empurrãozinho que resolva este impasse.
Tudo que acontece ali ou em qualquer lugar, quando os dois estão juntos, poderia ser facilmente interpretado apenas como algo que faz parte de uma grande amizade e... só.
Ninguém tem certeza de nada. Ninguém arrisca nada. Todos esperam.
O filme acaba e o grupo sai para comer algo. Todos se divertem e depois cada um segue seu rumo.

CAPÍTULO VI - Final
"Quem espera sempre cansa."
Em casa, Guto pensa em tudo que deixou de fazer. Se dá conta do medo que tem de arriscar, de se expor, de ir de encontro ao desconhecido. Sabe que ainda podia ter feito algo e que isso mudaria tudo. Mas teve medo e decidiu confiar.
"Nada é por acaso", acreditava ele.
"Não vou me precipitar, vou esperar."
Para Mari, aquele dia foi a gota d'água. Era o que faltava para que ela se convencesse de que "não, não era para ser!" Definitivamente ela estava sozinha nisso e não queria mais sofrer. 
Voltou à realidade e enxergou que aquela amizade era sim especial, e que era desse jeito que continuaria sendo.
Pensou que ele não queria mesmo nada mais que isso. Lembrou que, a fila anda e que não há nada que o tempo não cure.





sábado, 17 de setembro de 2011

sábado, 10 de setembro de 2011

Incertezas

Há algo que encurta a distância e diminui as diferenças. Algo que a torna mais paciente, menos arrogante, mais carinhosa. Ele também mudou. São detalhes, mas tão cheios de significados que ela não pode deixar de perceber. Ainda assim, às vezes se pergunta se está sozinha nisso... 

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Aqueles dois

Não tem um só dia que ela não pense nele, que não sinta sua falta,  não sinta saudades do seu beijo. Nota: ela nunca o beijou. Ela sente saudades de coisas que não fizeram juntos, mas é tão intenso que pode sentir o gosto, o cheiro, o toque. Na vida real eles se abraçam, às vezes. Um dia ela foi lá e deu um abraço muito apertado nele, simplesmente porque precisava disso. Passaria o dia inteiro agoniada se não o fizesse. E quando eles se abraçaram, ela ficou leve outra vez...

domingo, 14 de agosto de 2011

A Regra de Ouro


Princípio ético universal:  “Não faças aos outros o que não queres que aconteça a ti” (Kant).

 






Aproveitando a viagem de uma hora, entre uma cidade e outra dentro de um ônibus, aquela menina lia seu livro.
Quase chegando a seu destino, embarca um rapaz com seu novo rádio mp3, desses que a gente pode ouvir bem alto, sem fones de ouvido. Seu repertório variava do pagode ao funk. Da minha parte, não tenho nada contra, desde que não me obriguem a ouvir. 
Essa é uma situação corriqueira, as pessoas apesar de sentirem-se profundamente incomodadas, não reclamam. Talvez por medo, ou ainda, por não querer arranjar confusão.
 Todos se olham contrariados, mas o guri que acha que está abafando, nem liga.
Depois de parar sua leitura e prestar atenção neste episódio, ela volta para sua história muito mais interessante e tenta se desligar. Porém, aquela música estridente, chata, com pretensos cantores choramingando, impede que ela se concentre.  Indignada, ela fecha o livro, olha para o corredor onde o menino está e faz um apelo:
- Por favor, dá pra tu colocar um fone de ouvido ou desligar este rádio? É que eu não to conseguindo ler...
O menino, com uma cara de mal, desafiando-a no olhar responde:
- E daee? Por que eu deveria me preocupar contigo? Nem te conheço aeee!
Ela levanta, vai até ele e diz:
- Por uma questão de ética. Pode ser? Ah, nãooo! Tu não deve saber o que é ética, não é mesmo? Tua preocupação deve ser apenas com “os mano e as mina” que tu “qué impressioná”. No teu mundinho medíocre, tu acha que impondo o teu mau gosto pra todo mundo que te rodeia, ta fazendo uma grande coisa, ta sendo gente. Mas eu vou falar a tua língua, “rapá”! – então, ela se aproxima um pouco mais dele e quase encostando o rosto ao seu, tira um revólver da mochila e aponta pro guri. Neste momento todos já estão de olhos arregalados e se esquivando, pensando que ela é louca.
O rapaz, com o revólver encostado abaixo do seu queixo, suplica:
- Peraí moça! Peraí! Cuidado com isso!
O discurso continua:
- Peraí o quê? Por que eu deveria me preocupar contigo? Eu nem te conheço!!! E aí?! Que tu acha disso?! Hein?! Hein?!
O menino concorda e resmunga um “aham, okay, okay”
 - Ética é isso meu irmão! A tua liberdade termina onde tu começa a prejudicar o outro, tá entendendo?! Tu tá entendendo, rapá?!
- Tá bom! Tá bom! Eu entendi!
- Por que tu não desligou essa porra ainda, guri?! Desliga isso! Vamo!
- Tá bom, tá bom, calma moça! Calma! Pronto já desliguei...
Sem desencostar o revólver, ela grita com o motorista:
- Para o ônibus que eu quero descer!
O homem para imediatamente, ela dá um safanão no guri e desce apontando sua arma em direção a ele ainda.
Todos respiram aliviados, murmurando uns com os outros, alguns não acreditam no que acabaram de presenciar, outros se divertem em silêncio. O cobrador saboreia uma espécie de vingança “por tabela”. Ela fez o que todos sempre tiveram vontade, mas nunca coragem. O menino, ainda em choque, se senta em um banco qualquer. O silêncio impera. A viagem segue.
Ninguém jamais esquecerá aquela aula prática da Regra de Ouro.
- Moça! Moça! Acorda, final da linha.


Em dias assim...


Sinto muita falta dele.
Alguns dias, mais do que outros.
Esse domingo é dia dos pais e eu não posso abraçar o meu.
Pra mim, não passa de uma data comercial, afinal, todo o dia é dia de homenagear quem a gente gosta.
Não achei que ficaria tocada por isso, mas não pude fugir de lembrar, de sentir saudade e de querê-lo por perto. Ah... se pudéssemos voltar no tempo e parar tudo...
O cara sempre foi muito durão, mas não menos carinhoso. Por baixo daquela "armadura de ferro", tinha o coração mais mole que já conheci, doce, sensível e amigo.
Foi um grande homem (era meu pai, né?! Dá um desconto!).
Quase tudo que me tornei devo a ele. Inclusive meus defeitos. Dizem que a gente repete as coisas que mais critica nos pais... pois bem, eis-me aqui. Quase igual.
Seria legal acreditar que, após a morte, a vida continua em outro lugar, principalmente porque ele acreditava nisso. Mas de verdade, não consigo. Fora que o safado não voltou pra me dizer como é...
Se ele voltasse iria abraçá-lo tão forte que não o deixaria mais sair de perto de mim.
Teria tantas coisas pra contar pra ele, tantas coisas que mudaram... afinal, são treze anos. Passa rápido, parece pouco, mas é um tempão, principalmente quando se relaciona o tempo à ausência.
Então?! Seria assunto que não acabaria mais!
Pô! Se ele voltasse, também teria que me contar, "qual foi a dessa viagem ae?" Que história é essa de que deus existe e é ele quem dita as regras? "Como assim ele resolveu que tinha que te levar e pronto, tá decidido?" Não mesmo...
Quando meu pai faleceu, o celular era só pós-pago, tinha que se inscrever pra conseguir um, e as ligações recebidas eram pagas! A internet recém estava querendo existir, pelo menos na minha vida.
Eu estava solteira, mas perdidamente apaixonada, só que não tinha noção do quanto. Cheguei a falar pra ele, mas ele também não tinha noção da gravidade do assunto... senão, ai de mim!
Ah! As Torres Gêmeas ainda estavam de pé e o Lula ainda não era presidente. Eu não tinha entrado na faculdade ainda, mas estava tentando passar na UFRGS, pela quinta vez. Tá, exagerei. Não foram tantas as vezes, pelo menos não até aquela época.
É meu velho, se tu voltasse pra me ver a conversa iria ser longa.
Mas esse deus aí que, vivem dizendo: "foi ele quem quis assim", não tem colhões pra fazer isso acontecer.
Eu continuo aqui,"vivendo" de saudade. Se não te encontro mais na vida real, pelo menos em pensamento, tua presença é constante.
E é claro que... a gente se encontra por aí, entre um sonho e outro.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

"Família, família..."

Hoje foi um dia estranho.
Não me lembro de meu irmão falar tanto como hoje. Tá bom, somos da mesma família, falamos alto, somos comunicativos, falamos rápido e sim, falamos muito.
Mas meu irmão dificilmente para pra conversar comigo. Quando ele está de bom-humor, ele conta coisas, mas já sei que não posso perguntar demais senão ele se irrita. Se bobear, ele para de falar.
Temos uma relação sensível. Sempre tivemos muito ciúme um do outro. Desde que ele nasceu, brigamos como cão e gato.
Minha mãe lembra que muitas vezes teve de se trancar no quarto para poder amamentá-lo, pois eu não deixava o pobrezinho mamar. Ora, a teta era minha, pô!!!
Eu era impossível, uma tirana. Ficava batendo na porta aos berros querendo meu mamá. Coitada dessa mãe que não sabia o que fazer com os dois pestinhas.
Mas ela não estava só não. Havia o meu pai. Este sim, botava ordem no galinheiro... quando falo em galinheiro, sempre me recordo do que minha mãe contou um dia. Disse que eu já morei num. Claro, ela exagerou. Quis dizer que a maloca era tão pequena, cheia de frestas e tal, que parecia um galinheiro. Hiperbólica minha mãe. Por ser cheio de frestas, o galinheiro - nossa casa - quando chovia era preciso abrir um guarda-chuva dentro pra não molhar o bebê. No caso, eu.
Ela sempre trata de me lembrar deste passado quando eu ensaio algum ataque de frescurite aguda. Faz tempo que ela não fala essas coisas pra mim. Acho que evoluí.
Aprontei muito quando era pequena, instinto de sobrevivência, sabe? Marcação de território, talvez. Coisas de criança. Gente que quando tomava refri na hora do almoço tinha que medir o líquido nos copos, fazer uma básica comparação colocando-os lado a lado. Ai de quem tivesse mais. Era uma bateção de boca... coisas de criança.
Eu sempre saía de casa apreensiva. Tinha certeza que quando me afastasse de meus brinquedos, lá estaria ele, aquele bebê chorão (porque ele era chorão), brincando com minhas bonecas. Tá, eu também brincava com seus carrinhos. Aliás, eu também tinha carrinhos. Mas ele não tinha bonecas. Acho que eu levava vantagem nisso dae, viu?!
Nós tínhamos uma gata chamada Mietzsche (quase Nietzsche! Nunca me dei conta! eheheh... acho que é porque nunca escrevi o nome da bichinha), um dia ela deu cria, "saíram vários gatinhos"... outro motivo pelo qual eu ficava apreesiva quando saía de casa. Meu irmão, diabinho na pele de um bebê gordo e chorão, gostava de dar banho nos bichanos. Sabe o que o lindinho fazia? Pegava-os pelo pescoço e mergulhava os coitadinhos no tanque cheio d'água. Um dia eu voltei de um passeio com minha mãe e lá estava meu irmão, deveras abalado, devo confessar, porque alguns gatinhos não resistiram a tanto asseio. Meu irmão afogou quase todos. O infeliz não entendia por que isso acontecia. Quanta tristeza eu senti naquela tarde... chorei tanto... traumatizei. Nunca mais esqueci tamanha crueldade. Cruel devo estar sendo agora em pintar tanta maldade naquele coraçãozinho. Coisas de criança.
Hoje, conversamos como nunca. O tempo todo em que estive lá visitando minha mãe e ele, falamos pelos cotovelos. Pra mim é algo inédito. Eu senti desse jeito. Falamos de muitas coisas, falamos dele, falamos de mim, falamos dos outros, falamos da vida. Hoje, mais do que em qualquer outra situação, me senti muito próxima a ele. Um momento mágico. Talvez ele nem tenha se dado conta do quanto eu estava aproveitando cada frase, cada olhar, cada expressão que ele fazia. Minha mãe, que sentou-se ao meu lado para tratar de alguns assuntos corriqueiros, ficou calada enquanto falávamos, tão calada que pegou no sono. Foi engraçado. Quando fui embora, lamentei não ficar mais um pouquinho. Mas na hora de me despedir não dei aquele abraço e aquele beijo que falam mais do que as palavras, sabe? Às vezes tu não tem o que dizer, mas um abraço ou um beijo resolve tudo. Um abraço ou um beijo reforça os laços, reforça o afeto, reafirma. No nosso caso, nem sempre é fácil dar isso ao outro. Somos toscos. Coisas de gente grande... Saí com a sensação de que este foi um dia especial, mas e se fosse o último dia? Eu não reafirmei meu amor. Saí desejando que eu ainda tenha muitas outras oportunidades de abraçar e de beijar. Saí desejando que não fosse o último dia. Isso não tem nada a ver com deus. Isso tem a ver com a vida. Eu não sei se vou estar aqui amanhã. Eu não sei se eles vão estar aqui amanhã. Por que não dizer "eu te amo"? Por que não dar um abraço ou um beijo? Não dói. Tenho certeza. Acho que todo mundo gosta de se sentir amado, de se sentir querido, né? Não é uma pergunta retórica, vai que alguém não goste...
Mas, isso é assunto para "outras viagens..."

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Lá se foi o domingo


 "I don't care if Monday's blue..."


"Putz! Amanhã já é segunda, cara". Sempre tem um pra lembrar disso. Fujo do tédio do domingo com a TV ligada, principalmente porque a cada hora que passa ou cada programa de merda que começa, me sinaliza que o domingo já era. Também porque, "vamos e viemos", tem coisa muito mais interessante pra se fazer num domingo, né?! Como faxinar a casa, por exemplo. Claro que nãooo! Isso não é interessante... tá, é necessário, de vez em quando é preciso arrumar a bagunça. Mas então, volta pra cá, o que eu estava dizendo mesmo? Ah, sim... como se não bastasse amanhã ser segunda-feira, é dia de voltar ao trabalho. Como se não bastasse ter que trabalhar, acabaram-se as férias na faculdade. Bom, tudo isso eu to sabendo, porém, contudo, entretanto, cada um que reclama de uma coisa ou de outra que sempre inicia na segunda, me parece que o peso das obrigações aumenta o dobro. Ôh gente que gosta de reclamar, viu?! Aqui do lado de cá, no meu mundo real, passei o dia todo sozinha, sem precisar usar a voz pra falar com ninguém, salvo quando falo comigo mesma (quem me conhece sabe que isso é normal). Porém, "virtualmente vivendo", melhor, convivendo, vi gente bastante hoje, uns nem sabem que eu estava ali dando aquela espiada (sim, né?!!), mas a maioria, quando o domingo vai findando, trata de me lembrar que a mamata está acabando. Pô! Que bom que eu tenho que trabalhar amanhã, que bom que eu tenho que voltar pra facul amanhã, que bom que amanhã é segunda, isso significa que não to desempregada, nem dependendo dos outros, que eu sou privilegiada por estar em um curso superior e, ainda, que eu to viva pra perceber que aí vem mais um dia pela frente. E tomara que eu continue. Viva (do verbo viver, mas pode ser também do verbo comemorar, #aloka).Vai saber... 
Mas bem que amanhã não precisava ser segunda-feira...

domingo, 31 de julho de 2011

Alguns amigos me inspiram

... Principalmente depois de alguns "chopin" - não o compositor, os de beber mesmo. Mas já que falei no cara, que tal ouvir este Nocturno? Só não esquece de ler, tá?!



(Nota do Facebook em um domingo qualquer)
Eu sei que parte do que sou, devo muito à convivência que eu tenho ou tive com pessoas que estão presentes na minha vida ou estiveram. Mas nunca me senti tão eu quanto sou agora. Não posso dizer que, nunca me senti tão viva, posso talvez dizer, que me sinto tanto quanto antes. É como se eu estivesse eternamente chapada (desculpas aos mais conservadores)... não me arriscaria a dizer que estou exatamente no lugar que queria estar. Tampouco, diria que poderia morrer agora, até porque na real, eu queria viver pra sempre. Mas tipo, queria dizer: é muito bom sentir-se vivo.

sábado, 30 de julho de 2011

"Esse remédio eu conheço é cafeína..."

Nunca pensei que fosse sentir tanta falta de café à noite... Será que tô viciada?
Ontem eu fui preparar um e... caraaaaca, não tinha mais! Esqueci de comprar e já era tarde.
Ultimamente sinto uma necessidade estranha de ficar acordada a maior parte do tempo. É como se quisesse aproveitar cada minuto comigo, fazendo coisas pra mim...
Às vezes a correria é tanta que a gente nem sente os dias passarem... é sempre a mesma ladainha... e tudo passa despercebido.
Preciso da intensidade das coisas. Tenho tantos livros pra ler, filmes pra assistir, músicas pra ouvir, tanto pra aprender e parece que não vai dar tempo! Então, não posso dormir cedo. Seria legal se não precisássemos dormir...
Nunca achei que o café fosse me manter "ligadona", mas o negócio é forte meeerrmo. Falando em café, vou ali tomar um.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Xícara ou Copo?

"Comunicação é a transmissão de ideias com a menor ambiguidade possível, de forma que o interlocutor ou os interlocutores possam compreender a mensagem com maior exatidão."
(Redação Publicitária - Tânia Hoff ; Lourdes Gabrielli)




 - Por favor, me alcança aquele copo?
Ele imediatamente pega o que entende por copo e o entrega.
- Não! Eu te pedi aquele outro, digo, a xícara!
Chateado, ele reclama:
- Mas você pediu o copo e não a xícara!
Pra não esticar o assunto, talvez não assumir seu lapso, ela retruca:
- Ai é tudo a mesma coisa! Os dois servem pra colocar líquido.
Num primeiro momento, até poderíamos concordar com a conclusão dela. Mas então, por que chamo um de xícara e o outro de copo?
Se não faz diferença, por que ela se refez e pediu a xícara?
Certamente porque este objeto se destina a um fim mais específico, como servir um chá ou um café.
"Vai que..." sua forma ou material tenha sido desenvolvida justamente pra que ela conserve o líquido quente  por mais tempo?
Mais uma vez me torno uma chata por levantar uma questão aparentemente tão simples. Mas, é justamente por detalhes como estes que os ruídos na comunicação acontecem com frequência.
Como posso entender A se tu diz B?
Algumas pessoas chamam de bom senso pressupor o que o outro quer dizer. E se tu pressupor errado? Como fica?!
Não é mais produtivo ser o mais claro possível, já que o interessado em comunicar é tu mesmo?
Porém, ao contrário de chegarmos a um consenso, geralmente ouço um "todo mundo entendeu, só tu que não!" ou ainda, "não complica, é óbvio!"
Ou seja, mais uma vez uma frase que não está dizendo o que verdadeiramente se quer dizer, que é  "não me contraria! Me deixa em paz, não aponta minhas fraquezas!"
Quando chegamos a este ponto, escolho parar porque sei onde isso vai dar... se era xícara ou copo, realmente já não faz mais diferença.