quarta-feira, 24 de julho de 2013

Tive uma EQM - Só que não.

Perder não é legal.
Ninguém gosta de perder...
Perda implica em sofrimento, em saudade... dá uma sensação de impotência, de ser injustiçado, de ser traído.
A gente esquece que um belo dia se morre.
Vive um dia após o outro "jurando" que amanhã tem mais.
De repente a surpresa. Nenhuma novidade. Todos sabemos que esse dia chegaria. Mas por que tão cedo?
Não importa. Sempre será cedo para perdermos.
Penso nisso todo dia. Mas ter consciência da morte não é o mesmo que aceitar. Sei que ela virá, pra mim ou para alguém querido, mas não aceito. Não acredito no além. Morrer é findar, é deixar de ser. Só se vive na lembrança de quem fica.

Hoje tive uma "experiência de quase morte". Mas não foi minha. A quase morte.
"Quase morte" porque a coisa não aconteceu (não de verdade, pelo menos), entende?! A pessoa que "passou por isso", não sabe que passou. Ela continua "vivinha da silva," cheia de saúde e aparentemente feliz. Ainda bem! Na verdade, a experiência foi imaginada. Mas não é uma simples imaginação. Não é só pensar e pronto. É como se eu estivesse em transe. Foi sem querer, juro!

Enquanto eu passava uma tarde tranquila, senti falta dele. E senti medo. Não foi uma falta de saudade que eu poderia "matar" a qualquer momento. Era uma falta permanente. Falta "de nunca mais." Tive a certeza da perda e como ficaria se isso fosse real. E pra mim, parecia real! Enviei uma mensagem pra ele. Queria saber se estava tudo bem. Não recebi retorno. O coração resolveu acelerar... esperei mais um pouco. Enviei outra mensagem. Nada. Por quase uma hora senti a perda. Não perdi o senso. Apenas me deixei mergulhar um pouco nisso. Revivi sentimentos. Fiquei preocupada: "e se... e se..." Não. Aguardemos.

Passei meus últimos sete meses só vivenciando coisas boas... tenho andando bastante feliz. E embora pense nisso todo dia, às vezes esqueço do fim. Pra quê pensar nisso, se não for pra mudar a forma como eu amo, como eu me dedico, como eu acordo, como eu me movo no mundo, como eu interajo com as pessoas, enfim?!

Hoje, eu senti falta dele, como se nunca mais fosse vê-lo.
Por pensar que ficaria sem chão, que me faltaria um pedaço, que tudo perderia o sentido... pensar: "o que eu vou fazer agora? Como vai ser daqui pra frente?" É que, então, tive mais certeza de que estou exatamente no lugar onde queria estar.
Algumas perdas são necessárias. Essa experiência de "quase perda," de "quase morte", só reforçou ainda mais o que sinto. Valorizar cada segundo é o que há.

Depois de uma hora "voltei pra Terra." Ele estava bem. E eu mais ainda... afinal, foi só uma viagem muito louca. É... eu tenho dessas de vez em quando.







sexta-feira, 19 de abril de 2013

Pode crê, eu vivo bem sem Ele.


A maioria das pessoas que convive comigo agora, sabe que eu não acredito em Deus. Mas andei pensando muito nisso algumas vezes e daí criei uma explicação pra tentar entender por que as pessoas insistem em dizer que Deus existe e que só tu sentindo isso pra saber, além desse papo de "olhar pra dentro de ti" e todas aquelas coisas que costumam nos dizer que não respondem nossos questionamentos e nem fazem com que simplesmente passemos a acreditar em Deus ou senti-lo (?). 

A conclusão que consegui chegar é que Deus é um sentimento. É como o amor, é como a saudade, é como a dor, é como a tristeza...
É um sentimento porque até agora ninguém conseguiu explicar de verdade como é que se sente. Todo mundo sente amor, sente tristeza, sente dor, mas, cada um manifesta de um jeito diferente e por mais que tentem nos dar dicas de sensações, geralmente comparando com algo, não conseguimos saber a dimensão disso. Não conseguimos sentir igual. Por isso é que Deus tem tantas definições, tantas formas, é por isso que o conceito de Deus é confuso. 

O problema nisso tudo é que, mesmo justificando como um sentimento, personificaram o "dito cujo!” Resolveram dar uma cara pra ele e superpoderes! 

O sentimento Deus é onipresente, onipotente (há controvérsias, lembrando daquele paradoxo da pedra que não dá pra levantar - depois eu conto por aqui) e ainda por cima, onisciente. Não contentes, inventaram a Bíblia com todas as suas "verdades" e contradições. E dentro disso tudo ainda, alguns homens resolveram contar pro mundo que falaram com o sentimento Deus e o cara disse pra essa gente aí "guiar suas ovelhas” conforme as coisas que lhes foram ditas naquele divino momento, então criaram religiões pra dividir a galera.

Deus um sentimento personificado, com muitas interpretações, superpoderes, ditador, vingativo ao mesmo tempo em que é bondoso e amoroso (imagem e semelhança do homem), que "escreve certo por linhas tortas," que define teu destino decidindo a hora que tu vai nascer e vai morrer, e ainda assim te dá livre arbítrio (?!), com vários representantes que pregam a humildade, mas ostentam riquezas, e, o mais interessante: incontáveis seguidores.

Deus, um sentimento que eu não sei sentir. 

E que fique claro, não tenho Deus no coração, mas não é por isso que serei mau caráter, nunca matei e nem pretendo, sei perdoar, sei me colocar no lugar do outro, sou capaz de amar, consigo ser ética e minha "liberdade" não fere ninguém. Tá, às vezes eu magôo gente com algumas coisas duras que digo ou faço (nada que uma boa conversa não resolva), mas isso têm muitas pessoas que "conhecem" Deus e também fazem!
Acreditar ou não em Deus não te dá credibilidade. Pelo menos não deveria ser assim.

Enfim, escrever sobre isso foi uma maneira de externar e tentar organizar meus pensamentos e em nenhum momento tive a intenção de ofender ninguém por suas crenças.
Se, conseguir sentir Deus te faz bem e, é nesses moldes que tu segue tua vida acreditando que é isso que te mantém vivo e feliz, que ótimo. "Cad'um, cad'um," né?!
Pode crê, eu vivo bem sem ele. 

Em tempo:
Acho que o Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa só foram desmascarados porque as pessoas que nos enganavam (com boas intenções [?]), quando éramos crianças, resolveram nos contar a verdade em determinado momento. 

terça-feira, 26 de março de 2013

Sonhei que não tinha mais escolha.

Faz tempo que não passo por aqui...
Hoje andei lendo algumas coisas "antigas" e resolvi postar.
Apesar de não ser recente, é um tema atemporal e sempre vale refletir.
Segue texto de outubro/2012

Hoje tive um sonho "punk".
Sonhei que estava em um lugar rodeado por água e que de vez em quando a maré subia. Porém, numa dessas, enquanto estávamos felizes na beira, a água começou a tomar conta de tudo, era como se o tempo ficasse ruim de uma hora pra outra e do outro lado da margem podíamos ver casas sendo arrastadas pelas águas e daqui a pouco seríamos nós.
Era um vilarejo, muitas pessoas moravam por ali, o lugar era sujo, as pessoas eram pobres... eu e algumas delas iríamos participar de um evento (de gala) em que receberíamos premiações por nossos trabalhos acadêmicos, naquela noite. Mas tudo começou a piorar... enquanto isso tentei sair dali correndo enquanto a água tomava conta e fui pra dentro de uma casa em que eu estava ficando. Era uma umidade sem tamanho, uma sujeira... havia cobras e uns bichos estranhos... eu tentava desviar deles dentro de casa... sentia medo... estava desesperada. Era o fim. 
Então entrei em um banheiro e havia alguém ali vestido de palhaço, para mim, era alguém muito próximo, mas ao mesmo tempo que era uma pessoa era também  um boneco. Eu não sei quem era, mas parecia alguém próximo e querido. Eu me abracei nele e comecei a soluçar dizendo que eu tinha que ter escolha, que assim não podia ser... não era justo. Que para tudo sempre havia uma escolha, como agora eu não podia?! O palhaço apenas me consolava, pois já estava conformado, sabia que aquilo era o ponto final.
Acordei com a sensação ruim de impotência. Minha escolha foi acordar. Ainda bem que era só um sonho.
Mas é claro que não posso deixar de pensar em apenas uma coisa que não deixa escolha: a morte. Era a morte me rondando de novo!
Eu definitivamente não aceito. No sonho era o momento em que eu não poderia escapar, pois tudo seria tomado pelas águas e eu não tinha pra onde ir. Morreria afogada, sem opção. Só diante da morte é que não há escolha, mesmo.
Lembrar da morte, todos os dias, é sempre lembrar que preciso "viver" enquanto estou viva.