Hoje andei lendo algumas coisas "antigas" e resolvi postar.
Apesar de não ser recente, é um tema atemporal e sempre vale refletir.
Segue texto de outubro/2012
Hoje tive um sonho "punk".
Sonhei que estava em um lugar rodeado por água e que de vez em quando a
maré subia. Porém, numa dessas, enquanto estávamos felizes na beira, a água
começou a tomar conta de tudo, era como se o tempo ficasse ruim de uma hora pra
outra e do outro lado da margem podíamos ver casas sendo arrastadas pelas águas
e daqui a pouco seríamos nós.
Era um vilarejo, muitas pessoas moravam por ali, o lugar era sujo, as
pessoas eram pobres... eu e algumas delas iríamos participar de um evento (de
gala) em que receberíamos premiações por nossos trabalhos acadêmicos, naquela
noite. Mas tudo começou a piorar... enquanto isso tentei sair dali correndo
enquanto a água tomava conta e fui pra dentro de uma casa em que eu estava
ficando. Era uma umidade sem tamanho, uma sujeira... havia cobras e uns bichos
estranhos... eu tentava desviar deles dentro de casa... sentia medo... estava
desesperada. Era o fim.
Então entrei em um banheiro e havia alguém ali vestido de palhaço, para
mim, era alguém muito próximo, mas ao mesmo tempo que era uma pessoa era também
um boneco. Eu não sei quem era, mas parecia alguém próximo e querido. Eu
me abracei nele e comecei a soluçar dizendo que eu tinha que ter escolha, que
assim não podia ser... não era justo. Que para tudo sempre havia uma escolha,
como agora eu não podia?! O palhaço apenas me consolava, pois já estava conformado,
sabia que aquilo era o ponto final.
Acordei com a sensação ruim de impotência. Minha escolha foi acordar.
Ainda bem que era só um sonho.
Mas é claro que não posso deixar de pensar em apenas uma coisa que não
deixa escolha: a morte. Era a morte me rondando de novo!
Eu definitivamente não aceito. No sonho era o momento em que eu não
poderia escapar, pois tudo seria tomado pelas águas e eu não tinha pra onde ir.
Morreria afogada, sem opção. Só diante da morte é que não há escolha, mesmo.
Lembrar da morte, todos os dias, é sempre lembrar que preciso
"viver" enquanto estou viva.