sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Tenho apenas uma chance?

Um amigo, outro dia, me propôs que pensasse numa resposta pra esta pergunta. De cara achei-a um tanto vaga, pois logo essa frase me remeteu a outras perguntas. Afinal, uma chance no que, de que, em que situação? Mas segundo ele, posso escolher qualquer uma dessas questões e respondê-la.
É o que tentarei fazer agora.

Volta e meia ouvimos alguém falar "só se tem uma chance na vida." E acho que essa frase faz muito sentido, pois eu não sei o que o futuro me reserva, e o futuro é o meu próximo segundo, ok?! Pode ser que eu não esteja viva no próximo segundo... Acho que posso dizer que ter uma chance é o mesmo que ter uma oportunidade, né? Bueno, levando-se em conta que eu só tenho o meu presente, e que a oportunidade me está sendo oferecida no presente, sim, tenho apenas uma.
Mas se eu pensar em um jogo, por exemplo, geralmente tenho mais de uma chance.
Posso contar com a próxima se quiser. Porém, quem me garante que eu poderei aproveitar a próxima chance? Afinal do futuro, nada sei. Interessante que caí na seguinte questão: chances devem ser aproveitadas. Está dado que a chance é uma oportunidade oferecida. Você pode escolher se quer ou não fazer uso dela.
Então, mesmo que me ofereçam dez chances para algo, eu só posso contar com uma, segundo o que postulei.

Há apenas uma chance. Se você acha que ela pode ser importante na sua vida, aproveite-a, pois mesmo que você continue vivo por mais alguns anos, o momento já passou. A vida é efêmera. E a hora é agora. Você só tem o presente.
É como se fosse um sentimento de urgência, e uma das coisas que me faz pensar sobre não deixar passar nada, é a morte que está sempre a nossa espreita, a morte representa o fim, o irreversível, o ponto final. Não há nada que possa ser feito quanto a isso. Quando ela chega é o "game over".  Não dá pra voltar atrás, não dá pra pedir uma nova chance... E é sempre diante dela que a maioria das pessoas se dá conta que deixou de dizer ou de fazer muitas coisas que podia ter feito. Se a gente sempre lembrasse disso, aproveitaria muito mais cada minuto.
Lembrei deste poema do Mário Quintana que, a mim, parece traduzir um pouco dessa urgência a que me refiro. Segue:


A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas: há tempo...

Quando se vê, já é sexta-feira...

Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente...

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

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