domingo, 14 de agosto de 2011

Em dias assim...


Sinto muita falta dele.
Alguns dias, mais do que outros.
Esse domingo é dia dos pais e eu não posso abraçar o meu.
Pra mim, não passa de uma data comercial, afinal, todo o dia é dia de homenagear quem a gente gosta.
Não achei que ficaria tocada por isso, mas não pude fugir de lembrar, de sentir saudade e de querê-lo por perto. Ah... se pudéssemos voltar no tempo e parar tudo...
O cara sempre foi muito durão, mas não menos carinhoso. Por baixo daquela "armadura de ferro", tinha o coração mais mole que já conheci, doce, sensível e amigo.
Foi um grande homem (era meu pai, né?! Dá um desconto!).
Quase tudo que me tornei devo a ele. Inclusive meus defeitos. Dizem que a gente repete as coisas que mais critica nos pais... pois bem, eis-me aqui. Quase igual.
Seria legal acreditar que, após a morte, a vida continua em outro lugar, principalmente porque ele acreditava nisso. Mas de verdade, não consigo. Fora que o safado não voltou pra me dizer como é...
Se ele voltasse iria abraçá-lo tão forte que não o deixaria mais sair de perto de mim.
Teria tantas coisas pra contar pra ele, tantas coisas que mudaram... afinal, são treze anos. Passa rápido, parece pouco, mas é um tempão, principalmente quando se relaciona o tempo à ausência.
Então?! Seria assunto que não acabaria mais!
Pô! Se ele voltasse, também teria que me contar, "qual foi a dessa viagem ae?" Que história é essa de que deus existe e é ele quem dita as regras? "Como assim ele resolveu que tinha que te levar e pronto, tá decidido?" Não mesmo...
Quando meu pai faleceu, o celular era só pós-pago, tinha que se inscrever pra conseguir um, e as ligações recebidas eram pagas! A internet recém estava querendo existir, pelo menos na minha vida.
Eu estava solteira, mas perdidamente apaixonada, só que não tinha noção do quanto. Cheguei a falar pra ele, mas ele também não tinha noção da gravidade do assunto... senão, ai de mim!
Ah! As Torres Gêmeas ainda estavam de pé e o Lula ainda não era presidente. Eu não tinha entrado na faculdade ainda, mas estava tentando passar na UFRGS, pela quinta vez. Tá, exagerei. Não foram tantas as vezes, pelo menos não até aquela época.
É meu velho, se tu voltasse pra me ver a conversa iria ser longa.
Mas esse deus aí que, vivem dizendo: "foi ele quem quis assim", não tem colhões pra fazer isso acontecer.
Eu continuo aqui,"vivendo" de saudade. Se não te encontro mais na vida real, pelo menos em pensamento, tua presença é constante.
E é claro que... a gente se encontra por aí, entre um sonho e outro.

2 comentários:

  1. Mara!
    Parabéns, este texto, traduz muito bem o que sente quem não tem mais o pai por perto.
    Abraço

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  2. Obrigada, Cassandra (resposta um pouco atrasada!)!!!
    Isso é o que a saudade faz com a gente... ehehehe...
    Volte sempre!
    Abs.
    ;)

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